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Em Brasília FETAG-RS reforça necessidade de medidas para agricultura e pecuária familiar no RS

A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (FETAG-RS) está cumprindo uma série de agendas em Brasília. O vice-presidente da Federação, Eugênio Zanetti e o deputado federal Heitor Schuch participaram de duas audiências nos ministérios responsáveis pela agricultura e a pecuária no Brasil. Com o Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Paulo Teixeira, e com o secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Wilson Vaz de Araújo.

Nas reuniões, foram discutidas três demandas centrais levantadas pelos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais e pelas comissões de política agrícola e de pecuária de leite da FETAG-RS: a situação de dificuldade dos produtores de leite, o endividamento rural e o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

O baixo preço do leite pago ao produtor compromete a continuidade de milhares de agricultores no meio rural. Segundo dados da ASCAR/Emater-RS, cerca de 95% dos produtores são enquadrados como familiares. Entre 2015 e 2025, houve uma redução de 65,7% no número de produtores de leite vinculados à indústria no Rio Grande do Sul, o que representa mais de 55 mil famílias. Isso significa redução da atividade econômica nos municípios, êxodo rural e cada vez mais concentração e desregulação do mercado que acaba impactando no consumidor.

Além disso, muitos agricultores enfrentam dificuldades para acessar as medidas previstas na Medida Provisória nº 1.314, que prevê condições especiais para renegociação de dívidas rurais. Os bancos estão operacionalizando a nova linha de crédito disponibilizada pelo BNDES e o enquadramento de operações está muito aquém da necessidade, pois as operações impactadas com a última estiagem ocorrida na safra 2024/2025 não serão contempladas.

Outro ponto de pauta levada pela FETAG-RS é o PSR, que teve parte de seu orçamento contingenciado e representa outro ponto crítico. “O seguro rural existe para dar segurança a quem produz. Se os recursos não forem liberados, o custo será transferido ao produtor, que não tem condições de arcar com ele. Isso é inadmissível, pois em uma conjuntura crítica onde os agricultores estão expostos a tantos desastres climáticos é necessário compromisso e responsabilidade por parte do governo”, afirmou Eugênio Zanetti, vice-presidente da FETAG-RS.

A situação exige atenção e coordenação política do governo federal, garantindo apoio efetivo às famílias que atuam na agricultura e pecuária familiar. A FETAG-RS seguirá acompanhando o andamento das demandas e atuando para assegurar medidas emergenciais de apoio ao setor, mas também medidas estruturantes que são fundamentais para a manutenção da produção e da renda no meio rural gaúcho.